Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 4 - A Escalada da Redenção - Página - 045

Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 4 - A Escalada da Redenção - Página - 045

               — Era para eu ter morrido. Olha a altura disso aí.

               A Panacea colocou a faixa já limpa em dentro de uma bacia de ferro.

               — Muitos caíram aqui no dia que eu a encontrei, mas todos estavam mortos, menos você. — A Panacea riu fitando o céu. — Acho que alguma coisa não quer você morta...

               — Como assim?

               — Você acabou caindo no único local onde alguém poderia te salvar dos seus ferimentos.

               — Você é alguma espécie de médica?

               — Já fui. — O semblante da Panacea ficou bem sério e ela se levantou, fazendo a Felina a seguir até a cabana.

               — Poderia me contar mais sobre este lugar? — Felina se sentou à mesa da cozinha, enquanto a Panacea pegava o que parecia ser um bolo de frutas.

               — Não sei muito. Só sei que, as pessoas que caem aqui só sobrevivem se tiverem alguma coisa que deixaram por fazer, ou se não tiverem satisfeitas com o que conquistaram.

               — Só eu que sobrevivi da Horda e do Reino da Mágica?

               — No dia que eu te encontrei, logo deduzir que tinha havido uma grande batalha lá em cima. — Panacea se serviu de bolo e serviu a Felina, que comeu sem fazer cerimonias, percebendo que estava muito bom. — Muitos caíram aqui. Também caíram máquinas, mas o rio levou tudo, menos você, que estava viva e se prendeu a uma rede de pesca minha.

               — Não teve mais ninguém?

               — Acho que os soldados que caíram estavam satisfeitos com o que tinham conquistados, por isso nenhum sobreviveu.

               A Felina já começou a comer o segundo pedaço.

               — E o meu ferimento? Se eu sobrevivi a queda como explica o meu ferimento?

               — Com certeza este lugar tem algum tipo de magia, que impede as pessoas de morrerem pela queda, mas que não cura os ferimentos que elas conseguiram antes de cair. — Panacea ficou bem séria. — Mesmo você querendo viver, acabei por ter muito trabalho em mantê-la viva. Achei que você não sobreviveria depois da primeira semana...

               — Semana?! Quanto tempo eu dormir?

               — Duas semanas.

               Abalada com a revelação, Felina pensou na Adora. Será que ela conseguiu seguir em frente? Pensou ela.

               — É muito tempo. Acho que é o preço a se pagar por ser mortalmente ferida pela She-Ra...

               — She-Ra é sua amiga, ou seria a Adora?

               — Como você sabe esse nome...

               — Adora? Você não parava de chamá-la em seu sono nada tranquilo. — Panacea pegou uma jarra de suco e serviu a Felina. — Ela é sua namorada ou algo assim? Você falou que a amava várias vezes.

               A Felina ficou corada, fazendo a Panacea sorrir, tomando um pouco de suco em seguida.

               — Ela já foi a minha amada... mas eu estraguei tudo...

               — Tem certeza que ela já foi a sua amada? Para mim ela ainda é.

               — Do que adiantaria agora? Ela acha que eu morri e eu fiz muito mal a ela. Acho que assim é melhor. Pelo menos a Adora poderá ser feliz...

               — E você, Gatinha? Não que ser feliz?

               Confusa, Felina comeu outro pedaço de bolo para disfarçar.

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