Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 4 - A Escalada da Redenção - Página - 044

Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 4 - A Escalada da Redenção - Página - 044

               — Você não falou seu nome...

               — Primeiro fale o seu. — Felina já estava quase terminando seu prato, o que deixou a mulher orgulhosa.

               — Me chamo Panacea e você?

               — Eu sou Felina...

               — Prefiro Gatinha.

               A Felina demonstrou não gostar de ser chamada daquela forma por sua expressão.

               — Eu quero saber como eu cheguei aqui. Sem essa explicação que cheguei dos céus...

               — Do que você se lembra?

               Ao tentar se lembrar, um turbilhão de lembranças invadiu a mente da Felina. Ela se lembrou o que tinha feito com a Adora. Felina sentiu uma dor em seu coração, o que a forçou a levar uma mão sobre o peito. Seus olhos se encheram de lágrimas.

               — Eu morri... para salvar a Adora.

               Aos prantos, Felina foi surpreendida pela Panacea, que foi abraçá-la.

               — Não tenha medo de expor seus sentimentos. Aqui não é mais preciso escondê-los...

               — Que lugar é este?

               — Vou contar amanhã. Você deveria descansar. Você tem muita coisa em que pensar.

               Panacea ajudou a Felina a chegar ao quarto da cabana e a Felina logo adormeceu.

 

               O som de pássaros cantando fez a Felina despertar assustada. Ela escutou a Panacea rindo do lado de fora da cabana, o que fez a Felina descer as escadas e sair da cabana, ficando surpresa com o local onde ela estava; que parecia o fundo de um desfiladeiro com uma parede de rochas na frente e outra logo atrás. As paredes eram tão altas que não se podia ver o final, principalmente pela camada de nuvens que pareciam cobrir os céus naquele lugar. No meio do lugar havia um rio estreito e uma ponte de madeira, logo na frente da cabana. O lugar ainda tinha algumas árvores, mas o que deixou a Felina confusa, foi sentir o sol e a sensação de calor dele, mesmo com o céu nublado, que tinha suas nuvens estacionadas de forma não natural.

               Panacea estava lavando algumas faixas sujas de sangue no rio, enquanto alguns pássaros voavam em volta dela, o que a fazia rir.

               — Que lugar é este? — perguntou a Felina, se aproximando.

               — Antes de responder, eu tenho algo para você. — A mulher entregou uma bengala para a Felina, que não queria aceitar no começo, mas estava se sentindo cansada por causa dos ferimentos, o que a forçou a aceitar e se apoiar sobre ela.

               — Você não quer contar que lugar é este?

               A Felina se sentou à margem do rio.

               — Nem eu sei ao certo que lugar é este...

               — Diga a verdade! Eu morri e aqui é alguma espécie de purgatório?

               A Panacea começou a gargalhar.

               — Eu pensei o mesmo no dia que cheguei aqui, mas não é um purgatório. Você não morreu...

               — Que magia é essa? — perguntou a Felina, apontando para o céu nublado.

               — Também não sei...

               — Você não sabe nada?!

               — Sei que você não morreu...

               — Como eu não morri?! Eu estava muito ferida e cair...

               A Felina finalmente começou a deduzir, o que deixou a Panacea orgulhosa a fazendo confirmar as suspeitas da Felina:

               — Isso mesmo, Gatinha. Aqui é o final do precipício.

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