Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 4 - A Escalada da Redenção - Página - 050
A Panacea começou a esquentar
água para preparar um chá, enquanto a Felina se sentou à mesa.
— Como é a subida? — perguntou a
Felina, pegando um pedaço de bolo de frutas, que estava sobre a mesa.
— É difícil, mas a pior parte não
é a subida e sim o teste.
— Teste?
A dona da cabana serviu chá para
a Felina e logo em seguida se sentou à mesa.
— Não sei o motivo deste lugar
ser assim, mas ao subir você será testada. Foi no teste que eu falhei três
vezes.
— Que tipo de teste é? — Felina
tomou um pouco de chá e voltou a comer outro pedaço de bolo.
A Panacea separou um pedaço do
bolo, antes que a Felina terminasse de devorá-lo por completo.
— Para cada pessoa é diferente...
Este lugar costuma falar com você na hora da subida. Acho que ele só deixa
alguém sair se a pessoa estiver disposta a enfrentar seus medos. — Panacea
comeu um pouco de bolo. — Pelo menos para mim foram os meus medos, mas outras
pessoas que falharam na primeira tentativa me contaram que o teste foi
diferente.
— Sempre tem que ter magia. —
Felina bufou, desapontada.
— Se você não conseguir na
primeira vez, não fiquei triste... Já vi pessoas tentarem mais de cinco
vezes...
— Você realmente não quer tentar
novamente?
A Panacea começou a rir.
— Não. Já estou velha para isso e
já tomei minha decisão há muito tempo.
Depois do café da manhã. Felina
se postou na frente do rochedo, logo na frente da cabana, bem depois do rio.
Panacea a mandou esperar antes de começar a subir, pois ela tinha algo para
ajudar. Felina já estava ficando impaciente, por sentir falta da Adora.
— Cheguei! — gritou a Panacea,
deixando a Felina surpresa ao vê-la com uma bolsa de couro marrom e uma capa de
pelos marrons de algum animal. — Tenho algumas coisas para ajudá-la.
Felina pegou a bolsa e notou que
estava pesada ao colocá-la a tiracolo.
— São suprimentos?
— Bastante comida e uma capa para
protegê-la do frio. Ao se aproximar do topo, o lugar vai ficar muito frio e
poderá chover um pouco.
As duas ficaram se olhando,
depois que a Felina colocou a capa. Panacea parecia que desabaria em lágrimas a
qualquer instante e ela foi surpreendida por um abraço da Felina.
— Obrigada por tudo.
— Eu que agradeço por me fazer
companhia.
— Acho que nunca mais vamos nos
ver...
— Não se preocupe com isso. Tenho
certeza que jamais vou esquecer de você. Minha Gatinha.
A Felina se soltou do abraço e
sorriu.
— Também não vou me esquecer de
você... Acho que você foi o mais perto de uma mãe que eu já tive... Agora acho
melhor começar minha escalada.
— Vá atrás do seu amor, minha
Gatinha.
Ao subir com facilidade o começo,
Felina sorriu, pois notou que ainda estava em forma para uma escalada. Ela
olhou para baixo e viu a Panacea indo se sentar à beira do rio para poder
observá-la.
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