Frozen 2, Idiossincrasia Americana e Preconceito

Pelo título da postagem de hoje, com certeza você já espera algo polêmico, e sim, hoje teremos um assunto polêmico (só espero que os fãs não queiram me matar). Mas antes de começar, vou escrever sobre a fanfic Star Frozen: Ela está com seu novo capítulo sendo escrito. Só peço paciência.

Agora sim vamos começar. Tenho que avisar que a postagem de hoje terá bastante spoilers de Frozen 2, por isso, caso já tenha assistido, continue, caso contrário, vá assistir à animação.

Quem acompanha meu trabalho aqui no blog sabe que eu sou um grande fã de Frozen (a Elsa é umas das minhas waifus), pois a primeira animação de Frozen foi assistida por mim em um momento não muito bom da minha vida. Assim, Frozen serviu para me ajudar servindo de grande fonte de inspiração para eu tentar se tornar escritor e compartilhar com o mundo minhas criações. Nem preciso explicar como esperei pelo Frozen 2, que foi lançado no Brasil no começo do ano, mas só fui assisti-lo nesta semana e fiquei feliz em ver a continuação, mas também decepcionado. Eu sei que a animação possui excelentes canções, uma história legal (até certo ponto), porém, ela também possui muitos furos no roteiro e fica claro que Frozen 2 acabou entando dentro da bolha anticriatividade que domina Hollywood há um bom tempo.

Os problemas de Frozen 2 são bastantes, mesmo a animação arrecadando 1 bilhão em bilheteria, que passou de forma morna, diferente do primeiro longa animado, que se tornou uma febre, sendo impossível alguém não saber quem é a Elsa e companhia hoje em dia. Os primeiros problemas são os grandes furos no roteiro, como o fato da mãe da Elsa ser de um povo que vivia bem próximo da magia e nunca falou para o seu marido que, o poder da Elsa podia ser por causa disso. Eu sei que alguns vão pensar assim: Ela não contou pelo motivo de o povo dela serem os responsáveis pela morte do pai do rei. Só que ao pensar assim, só estamos tentando ajudar os roteiristas e fechando os olhos para o erro. Outro erro no roteiro é o fato da Elsa não se encaixar na nova vida que tem ao lado da irmã e seus amigos. Algo que não aconteceria depois de tudo que ela passou em sua vida. A Elsa que deveria sair cantando sobre sua vida perfeita que nunca mudaria, pois alguém normal estaria maravilhado com a liberdade que conseguiu ao entender um pouco sobre seus poderes e não precisar viver mais trancada. Não que a ideia dela ir atrás de suas origens seja ruim, mas eu evitaria o momento que ela percebe que aquele lugar é onde ela pertence, e não em seu reino. Algo causado por várias idiossincrasias americanas, que colocou Frozen 2 em uma bolha. Esta idiossincrasia é a que, uma pessoa ao chegar em sua vida adulta tem que sair da casa dos pais, neste caso o reino, pois para os americanos (e boa parte das pessoas), uma família fica junta até que os filhos se tornem adultos, pois depois, cada um segue o seu caminho e só se encontram em feriados, ou pior, no velório dos pais. Eu sei que você pode pensar que eu estou errado, ou estou exagerando, mas pense desta forma: se você passou tanto tempo com sua família, que foi boa para você, por qual motivo você só vai querer vê-la em feriados ou em momentos especiais? Com certeza não vai querer que seja assim. A Elsa com certeza não iria querer ficar longe de sua irmã e de seus amigos.

O que podemos perceber em Frozen 2 é a mudança de mentalidade dos EUA, pois em Frozen 1, o presidente era o Obama, por isso que a Elsa tinha aquela coisa de conseguir liberdade para ela ser quem é. Já em Frozen 2, temos o Trump, que representa a atual mentalidade dos americanos, como o fato da tribo Northuldra não ser bem vista pelo antigo rei, vô da Elsa e da Anna, pelo simples motivo deles usarem magia, ou seja, eles são diferentes da gente, por isso, devemos vê-los como inimigos. Algo que se repete no final da animação, pelo Elsa entregar seu reino para a Anna. Basta reparar em um detalhe: Elsa é diferente, pois ela seria a ponte que liga os 4 espíritos ao nosso mundo, sem contar seu poder de gelo, por isso devemos aceitá-la, mas longe da gente, assim como a tribo Northuldra. Entendeu como essa ideia da animação representa muito bem atual mentalidade dos americanos? Só que o problema não acaba por aqui, pois ainda temos outro motivo da Elsa não poder ser rainha de Arendelle: É pelo fato dela não ser como uma princesa clássica da Disney, pois a Elsa não tem par romântico. Ela é mais independente. A Elsa não precisa ser salva, já que ela mesma se salva e ainda salva os outros. Muito diferente da Anna, que sempre sonhou em se casar, algo que aconteceria em breve, já que o Kristoff pede ela em casamento no final da animação. Resumindo: Anna pode ser rainha, pois ela se tornaria uma excelente mãe de família, mas a Elsa não, mesmo que ela levasse seu reino, agora com ajuda dos espíritos, a uma maravilhosa prosperidade. Isso é outra prova que deixa claro que Frozen 2 entrou na bolha.

O que aconteceu em Frozen 2 foi que, alguns roteiristas acabam sendo influenciados pelo atual cenário político, de forma direta e indiretamente (sendo o segundo o que parece ter acontecido em Frozen 2), mas todo autor deveria tentar ao máximo escapar dessas amarras, pois com certeza algo assim vai prejudicar sua obra, assim como idiossincrasias, pois elas acabam evitando que nós, seres humanos, possamos evoluir cada vez mais. O que fez com que Frozen 2, mesmo com todos esses problemas, ser um bom filme, mas que não supera o primeiro, mesmo com suas maravilhosas canções, sendo algumas melhores do que as do Frozen 1, deixando claro que, Frozen 2 poderia ter sido bem melhor, principalmente por aparentar ser um final definitivo para a saga.

Vou acabar por aqui o meu desabafo sobre Frozen 2, que mesmo com seus problemas, serviu de inspiração para minha próxima fanfic, que só será escrita depois de Star Frozen, por isso, não fique tão ansioso ainda.

Obrigado e até a próxima semana.

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