Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 4 - A Escalada da Redenção - Página - 052

Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 4 - A Escalada da Redenção - Página - 052

               — O que você quer que eu faça?! Eu amo a Adora e não posso viver sem ela!

               A risada da Cintilante deixou a Felina mais irritada.

               — Será mesmo que você ama a Adora? Não se lembra o que fez comigo e os amigos dela; como na vez que você me capturou e por causa disso acabei sofrendo muito nas mãos da Sombria. Também tenho que lembrar da Entrapta, que todo mundo achou que tinha morrido, mas na verdade ela só virou sua nova ferramenta para atacar a Rebelião. Você não ama a Adora. Se amasse ela, nunca teria feito mal a mim e nem aos outros amigos dela...

               — Eu me arrependo do que fiz! Já pedir perdão para Adora!

               — Será que é o suficiente?

               Felina ficou muito irritada e jogou uma fruta na Cintilante, que desapareceu rindo. A fruta seguiu por alguns metros até cair nas nuvens, fazendo raios percorrerem elas, saindo do local onde a fruta a atingiu.

               — Se eu soubesse que era só jogar alguma coisa, já teria feito isso logo no começo.

               A escalada pôde continuar e durou várias horas. Aquele lugar começou a ficar escuro, como se a noite estivesse chegando, o que forçou a Felina a chegar em um lugar que ela deduziu ser uma grande saliência, que daria para ela dormir. Ao chegar ao local, Felina conseguiu descansar, pois era possível ficar sentada. Ela comeu um pouco e logo adormeceu, abraçando as pernas e repousando a cabeça sobre os joelhos. O Lugar estava ficando frio, o que acordou a Felina, que se enrolou melhor na capa, dormindo novamente em seguida.

               — Que negação — disse a voz da Sombria, fazendo a Felina despertar.

               — Claro que a Velhota seria usada — disse a Felina, procurando pela Sombria, que logo surgiu flutuando em sua frente.

               — Continua preguiçosa e insolente...

               A Felina jogou uma fruta na Sombria, mas ela não foi embora. A fruta a atravessou e fez as nuvens criarem seu show de raios ao serem atingidas por ela.

               — Não tinha alguém melhor para me atrapalhar?!

               — Se eu tivesse de treinado direito, com certeza já teria conseguido subir esse rochedo.

               — Você tem razão em uma coisa. — A Felina começou a escalar novamente. — Se eu chegar logo ao topo, não vou precisar continuar te escutando, Velhota.

               — Continua me chamando assim...

               — Velhota! Velhota!

               — Eu não me importo mais como você me chama. Sei que é por continuar me vendo como seu maior exemplo materno...

               — Exemplo materno?! Você nunca foi como uma mãe para mim e nunca será! Você é pura maldade e foi muito abusiva comigo em minha infância...

               — Já se perguntou o motivo de eu tratar a Adora diferente?

               — Por ela sempre fazer o que você queria... Até o dia que ela abandonou todo mundo...

               A risada da Sombria deixou a Felina confusa.

               — Era por ela ser um excelente soldado...

               — Você nem conseguia vê-la como uma filha. Se você fosse um excelente exemplo materno, não teria a treinado como um soldado.

               A Felina se irritou mais ainda e começou a escalar com pressa, sem notar que estava machucando seus dedos.

               — Se você não me visse como um exemplo materno, não ficaria me chamando de Velhota. Você só me chama assim para tentar me humanizar perante você...

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