Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 2 - Encontros - Página - 013

Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 2 - Encontros - Página - 013

               — Ela recebeu novos aposentos na prisão da Horda.

               — Vejo que sua loucura por poder está funcionando.

               — Eu não entendo, é o que você queria também.

               Adora pegou uma fruta em sua mochila e deu uma mordida.

               — Quer um pouco. — Ao notar o semblante desconfiado da Felina, ela revelou: — Não está envenenada. Eu comi antes.

               — Não quero.

               — Eu só queria subir na Horda para podemos fazer o que você sempre quis; sair da Zona do Medo e ver todos os lugares que tem em Etéria. Juntas, como a promessa que eu fiz...

               — Só que você acabou me abandonando.

               — Eu sei, mas não é tão simples assim. Não quer se sentar aqui?

               Novamente a Felina soltou uma risada de deboche.

               — Depois de tudo o que eu fiz ainda confia em mim?

               — Não confio, mas se você tivesse vindo para lutar, não estaríamos conversando.

               — Talvez eu queira ganhar sua confiança para apunhalá-la pelas costas.

               — Por que você tem que fazer isso?

               — Por que você simplesmente não aceita que eu sou da Horda e desiste de mim?

               Antes de responder, Adora respirou fundo:

               — Não posso desistir de você. Mesmo depois de tudo que você fez e causou. Não de você.

               — Continua sendo tola. Eu tentei te matar e você usou algum tipo de magia para me trazer aqui só para tentar me convencer a se unir ao seu lado.

               Adora pegou um cantil e tomou um pouco de água.

               — Não fui eu que fiz alguma magia. Acho que a mesma coisa que me trouxe aqui também fez o mesmo com você. É como se algo quisesse que a gente se entendesse...

               — Você acredita que ainda podemos se dar bem? Depois de tudo o que eu fiz?

               — Claro, ainda tenho esperanças sobre isso.

               A Felina saiu de trás dos galhos, mas não se aproximou. Ela balançou a cabeça em negação.

               — Tenho certeza que você fez uma lista com as coisas ruins que eu fiz a você...

               — Sim, eu fiz — disse a Adora, sem esconder as risadas. — Me machucou, sequestrou meus novos amigos. — Ela ficou triste de repente ao se lembrar de algo. — Entrapta morreu...

               — Ela não morreu — revelou a Felina, sem esconder sua expressão de orgulho.

               — Como assim?! Você a mantem como prisioneira?! Por favor, deixe ela ir!

               — Entrapta se uniu a Horda por vontade própria. Acho que é isso que acontece no momento que alguém é abandonado pelas pessoas mais próximas a ela. — A risada de deboche da Felina já deixou sua ex-amiga preparada para alguma provocação. — Você continua abandonando seus amigos, Adora.

               — Eu pensei que ela tinha morrido. Posso falar com ela e convencê-la a voltar...

               — Esqueça. Entrapta gostou da Horda. — Felina se aproximou um pouco mais e pegou em sua mochila um saco de algum tipo de ração militar, que pela expressão que ela fez o cheiro não era muito bom. — Você viu do que ela é capaz, não deveriam ter a censurado em seus experimentos...

               — Quer dizer que o ocorrido em Etéria foi culpa dela? — perguntou a Adora, vendo a Felina comer um pouco da ração, mas não gostando e desistindo. — Tenho certeza que foi por causa da sua influência.

               — Eu empurrei ela um pouco, mas o que ela se tornou já era parte dela...

               — Não era! — Adora ficou irritada. — Até você foi influenciada...

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