Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 1 - Sonhos - Página - 007

Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 1 - Sonhos - Página - 007

               A Felina ficou muito irritado com o que ouviu, mas apenas bufou.

               — Ou podemos dissecá-la. — Entrapta já estava com um bisturi em um de seus rabos-de-cavalo, que estava com a forma de uma mão.

               — Não quero ninguém dissecando a Adora — discordou a Felina, fazendo a Entrapta guardar o bisturi, desapontada. — Só vamos derrotá-la...

               — Você pretende... — Scorpia fez um gesto passando uma mão na frente do pescoço.

               — Não sei!

               — É que estamos em guerra e temos que pensar em coisas assim se ganharmos — insistiu a Scorpia.

               — Isso é bem sério — disse a Entrapta. — Elas me abandonaram, mas acho que é um pouco extremo. Mesmo eu podendo dissecá-la. — Novamente ela mostrou o bisturi.

               — Apenas quero mostrar para ela quem é a mais forte tirando tudo dela. Vocês não têm um trabalho para fazerem?

               Felina finalmente entrou no quarto. Ela se deitou, mas não conseguiu dormir naquele quarto para Capitão da Força, por isso foi para seu antigo alojamento e deitou no lugar que era da Adora. Ela fitou o desenho arranhado na parede e ficou deitada de costas. Felina não conseguia parar de pensar na Adora, principalmente no que a Scorpia tinha dito há pouco. Ao pensar em tirar vida da antiga amiga ela sentiu uma imensa dor. Era a mesma dor que sentia em todas as vezes que a feriu. Tenho que ser forte, pensou ela antes de dormir.

 

               Uma brisa fez a Felina acordar. Ela pulou e olhou em volta, já pronta para qualquer combate, mas apenas viu que estava em uma clareira que formava um círculo e era cercada pelo que parecia ser Floresta do Sussurro. O local era coberto por uma grama que parecia queimada pelo sol, pois estava amarelada. Ao olhar para céu, Felina notou que era fim de tarde. Ela estava no meio do local e ao olhar para o sul, viu uma figura feminina se aproximando, o que a fez correr até ela.

               — Felina! — chamou a Adora, surpresa com a ex-amiga.

               — Oi, Adora. Vejo que está com sua espada.

               — Não vim aqui para lutar.

               — Cansou de apanhar?

               — Não. — Adora começou a olhar em volta.

               — Que espécie de magia estranha você fez agora? — Felina começou a olhar em volta.

               — Não é coisa da Sombria?

               Felina começou a gargalhar.

               — A velhota não está mais no comando. Eu dei um jeito nela...

               — Você...

               — Não! Apenas a derrotei.

               Adora sorriu para a Felina.

               — Fico feliz em saber que você ainda não passou do limite...

               — Sério? Acha que eu não passei do limite?

               — Espere um pouco — pediu a Adora, olhando em volta e depois ficando parada para sentir a brisa do lugar. — Que lugar mais agradável, não acha?

               — Parece tão familiar — disse a ex-amiga da Adora.

               — Vamos ver se você ainda é a mais lenta? — provocou a Adora.

               — Não brinco mais assim. — Felina sentia vontade de correr atrás da amiga.

               — Não seja chata.

               A ex-amiga da Adora parecia decidida, mas Adora insistiu e tentou puxá-la pela mão, mas a Felina não quis e ao puxar de volta acabou fazendo as duas caírem no chão. Elas ficaram

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