Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 1 - Sonhos - Página - 005

Lágrimas Sobre Etéria - Capítulo 1 - Sonhos - Página - 005

               — Eu... — Adora parecia juntar coragem para responder, e foi o que ela fez, mas só depois do que para ela pareciam minutos, mas foram apenas segundos: — Porque... eu te amo!

               A ex-amiga dela ficou confusa com a revelação, mas não teve tempo de reagir, pois Adora acabou beijando seus lábios. Delas um turbilhão de vento fez a tempestade parar. Era o momento mais maravilhoso que a Adora tinha sentido em toda sua vida e ela sabia que o mesmo era com a Felina. Mesmo aquilo parecendo ser um sonho ela sabia que aquela sensação era real.

               Depois que se livrou do beijo, Felina viu as gotas de chuva paradas como se a tempestade estivesse em pausa.

               — Eu sei que você sente o mesmo — disse a Adora, ao ver a expressão confusa da ex-amiga.

               — Não, não, não, não! Está tudo errado! Não podemos! Depois de tudo o que eu fiz com você! Você não pode me amar!

               — Eu não me importo! Sei que ao meu lado você pode se redimir de tudo o que fez.

               Os olhos da Felina estavam cheios de lágrimas, algo que fazia tempo que a Adora não presenciava.

               — No final eu sou da Horda — lembrou a Felina, enxugando os olhos com os dedos. — Você é a She-Ra da Rebelião.

               — Não! Você é a Felina e sou a Adora.

               A ex-amiga deu as costas para Adora, que foi forçada a se levantar.

               — Você simplesmente não pode dar as costas a isso e ir embora! Eu te amo e não vou... — Uma dor muito forte fez a Adora olhar para baixo. A tempestade saiu de seu estado de pausa, enquanto a Adora via suas mãos sobre o estômago sem encharcarem de sangue. Sua visão começou a ficar escura. — O que você fez?!

               — Não podemos ficar juntas — respondeu a Felina, saindo correndo com uma mão suja de sangue e com os olhos cheios de lágrimas.

               Adora caiu de bruços tentando estancar o sangramento e parar com a dor que sentia, mas uma dor muito mais forte a dominava; era a dor em seu coração, que não era uma dor física.

               — Felina! Eu te amo! Felina!

 

               — Adora! Está tudo bem?! — perguntou a Cintilante, sacudindo a amiga.

               — O que ela tem? — perguntou o Arqueiro.

               Finalmente a Adora despertou. Ela parecia abatida e assustada, notando que já era dia por causa da luz que entrava em seu quarto.

               — O que aconteceu?! — perguntou ela, se sentando na cama e já procurando a espada.

               — Você estava muito agitada dormindo — respondeu o Arqueiro, parecendo muito preocupado.

               — Estava chamando a Felina — acrescentou a Cintilante, fazendo a Adora voltar a si e se lembrar do sonho.

               — O que eu falei?! — Adora pulou da cama, já ficando corada, pois já imaginou que seus amigos escutaram ela falando muito mais.

               — Felina! Eu...

               Antes do Arqueiro terminar, Cintilante tapou a boca dele e riu.

               — Eu vou te derrotar! Foi o que você disse. — A princesa de Lua Clara forçou uma risada, fazendo o Arqueiro entender que era melhor não contar.

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